Casa – Enfant Intérieur

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Cercle d'Ateliers et Soins Art-Thérapeutiques

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Qui suis-je ?

Daniela Cruz-Pagès

Mon parcours en tant qu’enseignante

Au Brésil, le rythme s’invite dans l’espace public et égaie l’ambiance. En tant qu’Amazonienne du Brésil, la danse a toujours fait partie de mon quotidien. Jeune, j’ai intégré des groupes de chant et de danses folkloriques. Cependant, malgré mon intérêt pour l’art, j’ai choisi de m’orienter vers l’enseignement, en commençant des études de Lettres à l’Université Fédérale de ma région.

Ce choix m’a permis, dès ma première année, d’accompagner des enfants dans des quartiers dits sensibles, de la maternelle jusqu’à la préparation du vestibular, l’équivalent du Bac. Intuitivement, j’ai intégré la musique comme outil pédagogique dans l’apprentissage de mes élèves. J’ai également développé une méthode de sensibilisation à la lecture, les incitant à raconter les livres lus par le dessin, la peinture, la fabrication de maquettes et des mises en scène présentées dans le hall de l’école.

Mon arrivée en France et mon parcours académique

Arrivée en France en 2004, l’art s’est invité définitivement dans ma vie. J’ai plongé dans l’écriture, les arts plastiques et dans le désir de commencer un travail sur moi. À Paris, avec mes deux licences en poche, j’ai poursuivi mes études en réalisant deux Masters, d’abord en Science du langage puis en Littérature comparée, et j’ai entamé un doctorat en Lettres. J’ai ensuite décroché un poste à l’université de Nanterre, puis à la Sorbonne Nouvelle.

 Vers l’accompagnement thérapeutique

Pendant mes 24 ans d’enseignement, j’ai cherché à marier plaisir, art et écoute dans mes cours, pour lutter contre la baisse de rendement chez mes étudiants et apporter du plaisir dans nos journées. J’ai veillé à être attentive aux changements de comportements inattendus de mes étudiants, ce qui m’a souvent amenée à des discussions privées où ils exprimaient des problèmes intimes. Cette démarche leur semblait bénéfique et a renforcé mon intérêt pour les thérapies et les arts, m’orientant vers l’accompagnement thérapeutique.

Formation et spécialisation

Après des années de lectures et de travail personnel, j’ai approfondi mes connaissances et sensibilité en suivant des formations dans le courant de la Psychanalyse Jungienne et de la théorie de l’Enfant Intérieur avec Marie-France et Emmanuel Ballet de Coquereaumont, psychopraticiens jungiens et concepteurs français de la thérapie de l’enfant intérieur ce qui m’a rapproché encore plus de l’art, notamment à travers la danse et les arts plastiques.

Ma pratique

Ce vécu a éveillé en moi le souhait d’une reconversion vers l’Art-thérapie Pluri-expressionnelle. Dans le cadre de mon stage professionnalisant, j’ai eu le bonheur d’accompagner des enfants au Château de Vaucelles, la Maison des Enfants Elie Wiesel. Cette expérience m’a rappelé les débuts heureux de ma carrière d’institutrice au Brésil. J’ai également travaillé avec Svetlana Panova à l’Association France Parkinson en danse-rythmo-thérapie, ainsi qu’avec Carol Dufflot dans l’Espace Jeanne Garnier auprès de patients atteints d’Alzheimer. J’ai également suivi de jeunes atteints de troubles du développement intellectuel au Foyer d’Accueil Médicalisé Louise Dumonteil à Paris. Aujourd’hui, je suis ravie d’accompagner des adolescents suivis en psychiatrie au CMPa de Neufmoutiers-en-Brie par les médiations du théâtre, de la danse et des arts plastiques divers. Je suis également en libéral à Pantin et à Bagnolet des enfants, des adolescents et des adultes.

I

Quem sou eu ?

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Daniela Cruz-Pagès

No Brasil, apesar da crueldade do contexto sociopolítico, é muito comum o ritmo entrar no espaço público e alegrar o ambiente. É assim que, como amazônida do Brasil, a dança sempre fez parte do meu dia a dia. Quando jovem, participei de grupos de canto e dança folclórica, mas apesar do meu interesse pela arte, preferi seguir o caminho da docência o qual também amava. Comecei a cursar Letras na Universidade Federal da minha região e essa escolha me permitiu desde o primeiro ano acompanhar, principalmente nos chamados bairros sensíveis, crianças durante a alfabetzação e posteriormente, com o avançar dos meus estudos, todas as outras séries do ensino, até a preparação do vestibular, o equivalente ao Baccalauréat na França . Em sala de aula, intuitivamente busquei utilizar a música como ferramenta pedagógica na aventura da aprendizagem com meus alunos. Desenvolvi também um método de sensibilização à leitura que os convidava a contar os livros lidos através do desenho, da pintura, da confecção de maquetes e de encenações que eram apresentadas no hall das escolas.

Lecionava durante o dia e à noite continuava minha segunda licenciatura, agora em FLE, Francês Língua Estrangeira. Nos fins de semana, além de preparar minhas aulas, ouvia sozinha na minha casinha os clássicos de Piaf, Moustaki ou Brel, além de estudava as obras de Victor Hugo, Maupassant e tantos outros. Quando cheguei à França, a arte foi definitivamente convidada para a minha vida. Num determinado momento, despertei para a escrita, para as artes plásticas e para o desejo de começar um trabalho sobre mim mesma na Amazônia. Na França, com as duas licenciaturas em mãos, enveredei pelo caminho da pesquisa fazendo primeiro dois mestrados em Ciências da Linguagem e depois em Literatura Comparada, iniciando posteriormente um doutorado em Letras. Na sequência quase natural das coisas, comecei a dar aulas na Universidade de Nanterre e depois na Sorbonne Nouvelle. A criação de jogos juntou-se à música e ao canto na minha malinha de ferramentas de aprendizagem, agora ao serviço dos meus estudantes universitários na França ou mesmo de executivos de empresas francesas. Nesses 24 anos de docência, procurei aliar o conteúdo ensinado, o prazer, a arte e a escuta, como cartas na manga para lutar contra a queda de desempenho entre meus alunos, mas também para trazer prazer aos nossos dias. Desde o início, também por intuição, procurei estar atenta às mudanças inesperadas de comportamento dos meus alunos. Meu reflexo era muitas vezes chamá-los em particular para entender o que estava escondido por trás do rendimento baixo. Essas discussões muitas vezes resultaram na expressão de problemas íntimos e às vezes até em choro que parecia fazer-lhes bem. Ao mesmo tempo, meu interesse pelas terapias e pelas artes aumentou consideravelmente.

 

Pareceu-me, portanto, que a vida queria me conduzir pelo caminho do acompanhamento terapêutico. Essa sensibilidade continuou a se afirmar após anos de leitura, mas também de um trabalho interior pela mediação da Psicanálise Junguiana, das teorias da Criança Interior e dos psicotraumas, além dos encontros envolvendo a arte e a terapia. Entre esses, Marie-France e Emmanuel Ballet de Coquereaumont, psicoterapeutas junguianos franceses e autores de vários livros sobre a Criança Interior. Convencida da experiência, iniciei uma longa formação sobre a Criança Interior dirigida por eles e a terminei em 2017. Esse método me aproximou ainda mais da arte. Aprofundei meus vínculos com as artes plásticas e a dança. Esta experiência despertou em mim o desejo de uma reconversão profissional na área da Arteterapia multi-expressional. Durante meu estágio profissional, tive a oportunidade de acompanhar algumas crianças do Château de Vaucelles, a Casa das Crianças Elie Wiesel. Acompanhar essas crianças me fez lembrar do início da minha carreira como professora, ao mesmo tempo em que redescobri esse universo disfuncional das dificuldades sociais que conheço bem pelas minhas leituras, mas principalmente pela minha experiência profissional e pessoal no Brasil. Acompanhei também, durante meu estágio, Svetlana Panova, na Associação France Parkinson em dança-ritmo-terapia (expressão primitiva) por 8 meses com pacientes com a doença de Parkinson. Também acompanhei Carol Dufflot no Espace Jeanne Garnier com pacientes com Alzheimer. 2021 foi o ano das minhas experiências com jovens com deficiência intelectual no Foyer d’Accueil Médicalisé Louise Dumenteil no distrito 12 de Paris. Depois comecei um trabalho em arte e dançaterapia que prossigo atualmente com jovens adolescentes acompanhados em psiquiatria no CMPa de Neufmoutiers.